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O menino cresceu...


Era um vez um menino que vivia a brincar e a quebrar os óculos que a mãe lhe comprava. Adorava uma bola e morria de medo de injeção. Pra variar,não perdia uma briguinha com a irmã mais velha, sempre que podia.

Apesar da ausência do pai, ele crescera à sua imagem e raras semelhanças. Sua mãe sempre o cercava de conversas sobre o pai que lhe servia de exemplo a ser seguido. De sorriso tímido e risada acanhada, o menino traquino foi crescendo com a responsabilidade de ser o homem da casa. Um cargo de peso que o fizera mudar!

De personalidade forte, agora ele era um jovem homem em busca de seus ideiais. As barreiras sempre foram constantes. Dinheiro pouco em casa e uma responsabilidade aparente. Logo começou a trabalhar. Enquanto isso, a irmã mais velha criou asas e saira de casa em busca de seus sonhos.

Tímido menino que agora se encontrara só? que nada! tratou logo de arranjar um amor para alegrar seu coração cheio de dúvidas. E como lhe fizera bem um amor, embora sua mãe não aprovasse o tal relacionamento. Mas a propria reconhece que apesar de jovem, o sentimento fervoroso é sincero em seu peito.

Agora ele vive uma nova fase: faz faculdade em sua cidadezinha e continua sua luta em busca de seus sonhos sem deixar de fazer companhia à sua mãe e ao pequenino irmão de coração que agora é membro da família. O menino-homem também tem defeitos. Por vezes é impaciente, mas quem não é? por vezes é briguento, mas quem não é? Mas por várias vezes ele foi e é doador de gestos, palavras e atitudes de amor.

Hoje mesmo tive uma conversa agradável com o tal menino como há tempos não tinha. Rolaram lágrimas ao me dedicar tantas palavras de força e apoio. Como já havia dito várias vezes a ele, agora torno público a bela frase" eu amo mais você do que eu". Difícil de explicar mas é bem o que eu sinto. Um amor incondicional que me faz ter forças mesmo quando acho que não sou capaz.

Agradeço todos os dias a Deus por ter colocado o menino homem no meu caminho. Deus não poderia ter me dado presente mais agradável.

Apesar das nossas briguinhas, eu me orgulho muito em tê-lo por perto e saber que és meu irmão.

TE AMO GIL!

Operação salvem a casa da vizinha!

Vou começar o texto de hoje falando de minha mãe: a mulher mais arretada que conheço! Além de guerreira é uma figura daquelas nada repetida e difícil de se encontrar. Um coração tão enorme que as vezes exagera... e como exagera!

Certa tarde estava ela dentro de casa quando sentiu um cheiro forte de fumaça vindo da rua. Era a casa da vizinha e melhor amiga dela que estava pegando fogo. O mais curioso é que a filha da vizinha dormia tranquila no sofá enquanto as chamas tomavam conta da sala e o outro filho praticava exercícios físicos com os amigos no quintal da casa. Cada qual mais distraido que o outro. Quando mainha viu a sala pegando fogo tratou logo de mobilizar toda a vizinhança. Aos berros ela anunciou na rua que a casa da mulher estava em chamas e que precisava de ajuda para conter o estrago. Bastou um único grito para que todos saíssem de suas casas e fossem ver o motivo pra tanto alvoroço. Quem me narrou essa história em tom de humor foi meu irmão, outra figura rara da família. Segundo ele, os gritos de mainha foram ouvidos a dois quarteirões lá de casa. rs...

Pois bem... em cidade de interior não existe corpo de bombeiros e foi o jeito improvisar com os baldes de água. Balde pra lá e balde pra cá, mas ainda era pouco pra apagar o fogo. Foi aí que minha mãe falou em voz alta que um cobertor cheio de água talvez resolvesse o problema. Daí a coitada de uma outra vizinha vendo ela falar aquilo lembrou que tinha uma dessas cobertas grossas guardada. Ela tinha ganhado de um dos filhos que mora no "sul". Funcionava como um mimo a ser mostrado a quem perguntava pelo filho ausente e era também um objeto importante para a senhora solidária.

Rapidamente ela abriu o cobertor e pediu para que mainha tivesse cuidado com aquele pedaço de pano, pois tinha sido presente do filho mais velho. Mainha aperriada com aquele acontecimento encheu o cobertor de água ao ponto de precisar de umas três pessoas para levantarem o manto. E no um, dois e três... eles jogaram o cobertor onde havia chama. Meu irmão conta que o pano evaporou. Parecia que no lugar da água tinham jogado baldes de álcool.

Depois de minutos de tentativas, o fogo foi controlado. Resultado: ninguém ficou ferido, a vizinha só soube do acontecido quando retornara de uma viagem, a filha que dormia acordou com a bagunça, os meninos que estavam no quintal ajudaram a salvara a casa e a gentil senhora que cedeu o cobertor até hoje se lembra com desgosto do fato. Deu pra perceber que quase todos foram felizes para sempre né?

Apesar do final meio trágico, eu dou belas risadas lembrando da comédia. Minha mãe correndo de um lado pro outro, fazendo barulho e mobilizando o povo para acudir a casa da vizinha. Uma atitude engraçada e ao mesmo tempo rara. Coisa que não se vê todo dia em cidade grande, mas suficiente pra eu ter certeza de que o melhor lugar não é aquele onde a gente acha que tem tudo, mas sim aquele que tem as coisas necessárias para sermos verdadeiramente bons.

Vida...


De surpresas
De encontros e desencontros...
Vida de lembranças, de momentos...
De arrodeios e desafios...
Vida que passa despercebida todos os dias a nossa volta, até que um dia alguma se vá!
Ah vida! que nasce no desabrochar de uma rosa, no sorriso de uma criança, num gesto.
Vida de vidas, de tristezas... mas não deixa de ser vida.
De aprendizados, de conquistas...
De amores e sabores.
E o que é a vida senão viver fervorosamente nesse furacão de emoções?
De escrita simples, significado complexo e tradução versátil:
Vida é viver! com alegrias, frustações, decepções, conquistas.
Eis o tempero desta passagem passageira e ao mesmo tempo eterna aos olhos do que acreditam no infinito.
Vidas que passam, vidas que ficam, vidas que marcam...
Vida!

Ah! a saudade...


Os dias não tem sido fáceis pra mim e acho que pra um bocado de gente nesse meio de mundo. No meu caso, ando me sentindo só. Novidade pra quem mora sozinha né? Mas é que meu melhor amigo deu uma viajada pro estado vizinho à trabalho e talvez fique lá por algum tempo. É um sentimento meio estranho, sabe?! Tô feliz por ele, mas um tanto triste por saber que não vou desfrutar da sua doce companhia por um bom tempo. Parece tempestade num copo d'água, mas bastou uma simples adversidade acontecer na minha minha pra me abalar profundamente e me fazer pensar sobre coisas que há tempos não pensava.

Deu até vontade de pegar minha mochila e correr pros braços da minha mãe, voltar pra casa, pro meu lugar... um furacão de sentimentos que fica difícil explicar. Passei a tarde ouvindo música e tirando delas uma essência pras minhas vivências.
"Quando penso em você, fecho os olhos de saudade. Tenho tido muita coisa, menos a felicidade... só queria ter do mato o gosto de framboesa pra correr entre os canteiros e esconder minha tristeza." Que sábios os versos de Fagner!

As vezes temos tudo e naquele momento não é nada, daí o tempo passa e a gente percebe que voltar no tempo é trazer as alegrias da infância de volta a esse meio de agitações. Vontade de voltar pra casa, subir num pé de goiaba e ouvir de longe minha mãe brigar porque tô comendo as goiabinhas verdes. Tempo bom em que jamais pensei sentir saudade. Só me alegro por saber que vivi e que fui feliz nesse tempinho que agora me recordo com o coração apertado.

Ficar distante das pessoas que gostamos é o melhor remédio pra aprendermos a valorizá-las. Aproveitar cada segundinho ao lado delas é essencial pro nosso livro de recordações chamado memória. Mas talvez mais importante que tudo isso, é permitir que novas pessoas entrem na nossa vida e confortem toda essa saudade que nos cerca.